Não que a utilização do carnê não traga riscos... eles existem em maior grau que no aceite de cartões e dos cheques, mas tomando os cuidados necessários para a utilização desse instrumento, você pode usufruir com tranquilidade das enormes vantagens que agrega, principalmente a volta da cliente à loja para o pagamento, quando o relacionamento é estreitado e sempre acontece uma nova venda.

Para a abertura do primeiro crediário:
- se o cadastro é sempre importante, nessa hora ele é vital, peça e confira toooooodas as informações;
- consulte o histórico da cliente no SPC e Serasa;
- estabeleça um limite plausível sobre o salário da cliente, lembrando que a parcela devida em sua loja não será seu único compromisso financeiro... 25% do salário já é razoável, não?
- peça telefones adicionais... fixos, de preferência;
- agregue informações sobre a participação da cliente em redes sociais como orkut, facebook e twitter (sempre é mais um instrumento para encontrá-las).
Dependendo do valor do crédito a ser concedido, peça referências sobre compras anteriores e consulte.
Você está achando tudo muito demorado? Não precisa ser, se a vendedora estiver antenada, vender também a forma de pagamento e adiantar o processo (recolhendo os documentos, por exemplo) enquanto a cliente escolhe e prova as peças. E fique sossegada, clientes idôneas sabem que garantias são super normais na concessão de crédito, e não vão se importar de esperar um pouquinho... se estiverem sendo muuuuuuuuito bem tratadas.
Para a administração dos crediários:
- verifique se houve alguma mudança cadastral (telefone, celular, email) t-o-d-a-s as vezes que a cliente voltar à loja. Uma maneira simpática é perguntar se a cliente está recebendo os torpedos e emails e, na sequência, confirmar os dados;
- crie uma rotina de verificação de assiduidade de pagamentos. Quem está atrasando? Por quê? Será que a data estipulada para os vencimentos é a melhor? Outro dia lemos um artigo que citava o caso de uma loja que reduziu brutalmente a inadimplência de seus clientes simplesmente colocando os vencimentos na data em que esses clientes recebiam seus salários... pode-se perder uns diazinhos na hora da concessão, mas ganha-se a garantia da regularidade das entradas;
- não de chance para o azar, se a cliente está atrasando muito, cobre (crie um email simpático para funcionar como lembrete para 10 dias de atraso, para 20 e, depois de 35, tem que ser mesmo o aviso de que providências mais fortes serão tomadas);
- não caia na pressão da vendedora, limite é limite e esse é um crédito rotativo - comprou, pagou, usou de novo o limite. Todos nós sabemos direitinho como funciona. Para aumentar o limite, é preciso comprovar que a renda aumentou, concorda?
Ahh.. ainda é preciso conversar com o advogado da loja para criar termos de compromisso para o cliente assinar, ok? Nesse documento, o valor do crédito concedido e todas as responsabilidades, do cliente e da loja.
Tomando todas as precauções, é hora da parte boa... usar a facilidade e a simpatia do carnê para vender mais, pois são essas as clientes que você acaba conhecendo melhor... que tal concentrar vencimentos próximos às datas de pagamento de sua região e já fazer dessas datas a base de seu planejamento para colocar produtos novos à venda, rearrumar os itens na loja, trocar (mais uma vez) a vitrine, fazer aquela promoçãozinha tudo de bom? Quer coisa melhor que saber que a cliente vem? Essa é a mágica do bom e velho carnê.
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